Jackson responde críticas à possível instalação de usina nuclear em SE
Política 16/01/2016 10h10 |Da Redação
Essa semana o Governo de Sergipe anunciou que há possibilidade do estado abrigar um complexo de usinas de energia nuclear, com capacidade de até seis unidades, na área do Baixo São Francisco. Se para o governador Jackson Barreto (PMDB), essa seria uma alternativa viável para geração de energia, há quem acredite ser uma medida de “elevado risco”. Em conversa com jornalistas esta semana, Barreto garantiu que, se a proposta for concretizada, nada será feito sem o debate público, mas não se furtará à discussão do assunto neste momento.
O advogado Hebert Pereira divulgou em uma de suas redes sociais um artigo em que condena o modo como vem sendo conduzidas as tratativas acerca da possível instalação dessa matriz energética. Para ele, o Governo não estaria ponderando os riscos oriundos da utilização dessa fonte de energia e sem considerar o fato de que os diversos acidentes nucleares ocorridos ao longo de décadas deixaram danos irreparáveis em outros países, levando-os a abandonar essa matriz (Alemanha, Japão, Suíça, Itália, Bélgica).
“As tratativas parecem ressurgir num estágio avançado em Sergipe, sem que nunca fosse feito um debate amplo com a sociedade acerca das vantagens e riscos dessa medida e, principalmente, sem verificar se o povo sergipano concordaria com a implantação de Usina Nucleares em nosso Estado. Isso é lamentável, pois estaremos indo na contramão da história e do desenvolvimento sustentável, enquanto temos o potencial e o privilégio de optar por outras fontes de energias limpas e seguras, como a energia eólica e solar”, argumenta o advogado em um trecho do seu artigo.
Para Hebert, “já passou da hora de o Governo desencadear um amplo processo de diálogo com a sociedade sergipana, antes de avançar nas tratativas”. O governador Jackson Barreto entende que as críticas são naturais e garante que o que está sendo realizado são apenas estudos em alinhamento com a política do Governo Federal para o setor. Segundo ele, o projeto é para 2030 e, se vier a se tornar uma realidade, será amplamente discutido com a população.
“Se tem uma coisa que tenho certeza é que não vai acontecer agora, mas o país inteiro está trabalhando porque precisa construir seis novas usinas (até 2030). O governo não quer mais instalar no Sul e Sudeste, por isso, a opção é o Nordeste. É um processo importante e no, momento certo, qualquer decisão vai passar pelo Congresso. Eu não escolhi nenhum local, mas como governador não posso me furtar de uma discussão de uma política pública do governo federal, contudo, nada poderá acontecer sem discussão ampla com a sociedade”, observa Jackson.
Em abril do ano passado, o Ministério de Minas e Energia confirmou que está no planejamento estratégico do Brasil a implantação 15 Usinas Nucleares até 2050 e que já haviam sido feitos estudos em 21 locais do país aptos a recebê-las. Parte dessas Usinas deve sair do papel nos próximos 15 anos e o tempo de construção pode chegar a 10 anos.
Durante o encontro com técnicos da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, e executivos e profissionais da empresa China National Nuclear Corporation (CNNC) [Corporação Nacional Nuclear da China], grupo investidor que já atua na América do Sul, foi informado que os municípios sergipanos com sítios potenciais a receber o empreendimento são Gararu, Porto da Folha e Poço Redondo. A construção deve produzir 7.200 megawatts (MW) de energia, movimentar um valor equivalente a US$ 5 bilhões para cada usina, podendo atingir até U$ 30 bilhões de investimento, com geração de, aproximadamente, 2 mil empregos.


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