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Mesário: por obrigação ou voluntário
A participação da sociedade contribui para a transparência do processo
Política 05/10/2014 13h40 |


Por Aline Aragão

Trabalhar nas eleições para muita gente é visto como uma obrigação – um domingo inteiro, preso em uma sala, anotando, fiscalizando, e pior, sem receber nenhum pagamento em troca. Mas para a funcionária pública, Cely Rodrigues (foto abaixo), que há 10 anos trabalha em eleições, esse é um momento especial e de aprendizado.

Ela diz que acha muito interessante, e que mesmo se não fosse convocada, faria o cadastro para trabalhar como voluntária. “É uma oportunidade de conhecer de perto como funciona o processo eleitoral e também de fiscalizar”, explica.

Assim como Cely, cerca de 2,4 milhões de mesários trabalham nas eleições deste domingo (5) de outubro em todo país. Desses, 1,3 milhão são voluntários. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TER), o número de alistamentos espontâneos este ano é quase três vezes maior do que o das últimas eleições gerais, em 2010, quando 404,7 mil mesários trabalharam voluntariamente – o total era 2,1 milhões de pessoas.

Em Sergipe, são mais de 20 mil mesários trabalhando no pleito, entre eles, a auxiliar administrativo Selma Tenório Cavalcante, que trabalha nas eleições há mais de 15 anos. Ela conta que antes era representante do juiz, agora a função mudou de nome, é coordenadora de eleição e apesar da responsabilidade do cargo, ela diz que se diverte muito e adora o que faz. “É uma forma de contribuir com a democracia e também exercer de forma plena a cidadania”, destaca.

Assim como Cely, Selma também diz que se não fosse convocada seria voluntária e faria uma briga se fosse deixada de fora. “Me sinto importante, não vejo como trabalho ou obrigação, sinto prazer em contribuir, em dizer que fiz parte de tudo”.

Os mesários são responsáveis por organizar a seção eleitoral, identificar os eleitores, autorizá-los a votar, operar a urna eletrônica, processar justificativas e conduzir os trabalhos de votação. Eles não podem usar camisetas, bótons ou qualquer identificação de partidos ou candidatos no dia da eleição.

Além de contribuir com a Justiça Eleitoral, no exercício da cidadania, trabalhar nas eleições assegura ao cidadão vantagens como dispensa do trabalho pelo dobro dos dias de convocação, sem prejuízo do salário, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral; se for estudante de universidade e/ou faculdade conveniada, as horas trabalhadas para a Justiça Eleitoral poderão ser convertidas em atividades complementares; o exercício das atividades de mesário também poderá ser considerado como critério de desempate em concursos públicos para provimento de cargos efetivos no âmbito dos tribunais regionais eleitorais; 

Por outro lado, as pessoas que receberam a convocação pelo correio e não comparecerem às zonas de votação para trabalhar, poderão ser punidas com multas e até seis meses de prisão. Antes, contudo, elas terão 30 dias para apresentar justificativa à Justiça Eleitoral.

Segundo o chefe de cartório da 36ª Zona Eleitoral de Aracaju, Marco Freire, a ideia do TRE é cada vez mais ter pessoas como Cely e Selma, trabalhando por vontade, e não porque são obrigadas.

“Após as eleições pretendemos retirar da lista dos convocados obrigatórios às pessoas que declararam nos treinamentos, não quererem mais prestar o serviço de mesário, substituindo-as para as eleições de 2016 de acordo com o cadastro de voluntários”, explicou Marcos.

Segundo o TRE/SE as eleições são de interesse de toda a comunidade e a convocação da sociedade contribui para a transparência do processo.  O trabalho dos mesários, juntamente com o dos servidores da Justiça Eleitoral, garante que a vontade do eleitor seja respeitada e a democracia fortalecida.

 

Foto principal: Elisângela Valença

Foto 2: Will Rodrigues

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