Ondas de calor, insônia, ressecamento vaginal, alterações de humor e queda da libido. Se você está passando por algum desses sintomas, é possível que esteja vivenciando a menopausa — uma fase natural da vida da mulher, mas que ainda é cercada por tabus e desinformação.

A menopausa costuma ocorrer por volta dos 50 anos, mas pode ser antecipada em casos de tabagismo, cirurgias ovarianas, tratamentos oncológicos ou histórico familiar de menopausa precoce. Os sintomas, embora comuns, variam de intensidade e impacto de mulher para mulher, afetando o bem-estar físico, emocional e até mesmo a produtividade no trabalho.

A ginecologista e obstetra Dra. Paula Costa Campos de Santana explica que o quadro clínico da menopausa é bastante amplo e pode ser influenciado por diversos fatores. “Esses sintomas podem ser influenciados por fatores genéticos, estilo de vida, estado emocional e doenças associadas como depressão e obesidade”, afirma.

Além dos sintomas físicos, muitas mulheres relatam lapsos de memória e episódios de ansiedade durante essa fase. De acordo com a médica, isso está diretamente ligado à queda dos níveis hormonais, especialmente do estrogênio. “Essa redução afeta neurotransmissores relacionados ao humor, à concentração e à memória. As alterações podem ser leves ou bastante significativas, dependendo da sensibilidade individual, do nível de estresse, da qualidade do sono e da saúde emocional da paciente”, esclarece.

Monitoramento e exames são essenciais

Para garantir qualidade de vida durante a menopausa, é fundamental que a mulher mantenha o acompanhamento médico regular e realize exames que avaliem sua saúde de forma global. Segundo Dra. Paula Costa, os principais exames recomendados incluem:
    •    Perfil lipídico
    •    Glicemia
    •    Função hepática e renal
    •    Densitometria óssea
    •    Mamografia
    •    Papanicolau
    •    Exame ginecológico completo

Todos esses exames estão disponíveis na Climedi, clínica especializada no cuidado com a saúde da mulher.

Tratamento personalizado

O tratamento da menopausa deve ser individualizado, respeitando as características e preferências de cada mulher. As opções vão desde a reposição hormonal — indicada para casos específicos — até o uso de fitoterápicos, antidepressivos, lubrificantes vaginais, além de mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e suporte psicológico.

“É importante que a mulher cuide da sua saúde mental com a mesma dedicação que dá ao seu corpo. A instabilidade hormonal pode afetar o humor, o sono, a autoestima e a qualidade de vida. Por isso, é essencial manter vínculos sociais, buscar apoio psicológico quando necessário, estabelecer uma rotina de autocuidado e, acima de tudo, falar sobre o que está sentindo”, aconselha a médica.

Fim de ciclo ou recomeço?

Dra. Paula chama a atenção para o fato de que, infelizmente, a menopausa ainda é cercada de preconceitos. “Ela é, muitas vezes, vista como o fim da feminilidade ou um assunto íntimo demais para ser discutido, o que leva muitas mulheres a sofrerem em silêncio”, lamenta.

Informação, acolhimento médico e espaços de diálogo são essenciais para desmistificar esse momento. Falar abertamente sobre a menopausa ajuda a mulher a se reconhecer, se fortalecer e se empoderar diante das transformações do seu próprio corpo.

A menopausa não precisa ser encarada como um fim, mas sim como o início de uma nova fase, marcada pelo autoconhecimento, pelo cuidado e pela liberdade de viver com plenitude.