Nutricionista alerta para cuidados com os excessos típicos das festas
Entre os principais riscos do excesso estão a sobrecarga do sistema digestivo, episódios de diarreia, picos de glicemia, aumento dos níveis de colesterol Blogs e Colunas | Saúde em Dia 16/06/2025 20h19O período junino é, sem dúvida, uma das épocas mais queridas pelos nordestinos, especialmente pelos sergipanos. Além das tradicionais músicas e das coloridas decorações, a gastronomia típica das festas de São João ocupa lugar de destaque — com receitas à base de milho que encantam os paladares de todas as idades. Pamonha, mungunzá, canjica, arroz doce, tapioca… são sabores que remetem à cultura e à memória afetiva da região.
Mas, em meio à animação e aos quitutes, é preciso ter atenção aos excessos. A nutricionista Carla Souza chama a atenção para os riscos do consumo exagerado dessas iguarias. “Muitos pratos juninos são ricos em açúcares simples, gorduras saturadas e calorias. Para pessoas com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão ou dislipidemias, o exagero pode trazer descompensações imediatas”, alerta.
Entre os principais riscos do excesso estão a sobrecarga do sistema digestivo, episódios de diarreia, picos de glicemia, aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos, além do risco de ganho de peso. Ainda assim, a especialista garante que é possível aproveitar as delícias juninas sem abrir mão da saúde.
Moderação é o segredo
Segundo Carla Souza, o equilíbrio começa com escolhas conscientes. “Uma boa estratégia é selecionar com moderação os pratos preferidos, controlar as porções, evitar repetir e manter uma alimentação equilibrada ao longo do dia. Dar preferência a alimentos assados ou cozidos, evitar os fritos e não chegar às festas com fome são atitudes que fazem diferença”, orienta.
Versões mais saudáveis são possíveis
A nutricionista destaca que diversas receitas tradicionais podem ser adaptadas para versões mais leves e nutritivas. Algumas sugestões incluem:
• Substituir o leite condensado da canjica por leite de coco e adoçantes naturais;
• Usar farinha de aveia ou farinha de milho integral para preparar bolos;
• Optar por leite vegetal no caso de intolerância à lactose;
• Reduzir a quantidade de açúcar nas receitas, utilizando frutas secas ou adoçantes naturais, como xilitol ou eritritol.
“Na hora de montar o prato, a dica é escolher porções pequenas de diferentes preparações. Comece pelas opções menos calóricas, como milho cozido ou caldos leves. Associar os doces a fontes de fibra, como frutas, ou de proteína, como castanhas, pode reduzir o impacto glicêmico”, explica Carla.
Outro ponto importante é comer devagar. “Isso ajuda o cérebro a perceber a saciedade e evita exageros”, reforça a especialista.
Após o exagero, o que fazer?
Para quem acabar passando do ponto nas festas, a recomendação é evitar a automedicação e apostar em refeições leves nas horas seguintes. Alimentos de fácil digestão, como frutas, vegetais cozidos e chás digestivos — como hortelã, erva-doce e gengibre — são boas escolhas. A hidratação é essencial, assim como a prática de uma caminhada leve, que pode ajudar na digestão.
“Mais importante do que compensar é evitar repetir o padrão de excessos. O nosso bem-estar gastrointestinal agradece”, conclui a nutricionista.







André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
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