Ventilador ou ar-condicionado? Médico explica qual a melhor opção para quem tem asma ou rinite
Temperatura, umidade e limpeza: como preparar o ambiente ideal para quem tem problemas respiratórios Blogs e Colunas | Saúde em Dia 08/04/2025 17h29 - Atualizado em 08/04/2025 17h31Uma dúvida muito comum entre pessoas que sofrem de asma ou rinite é sobre o que seria menos prejudicial na hora de dormir: o ventilador ou o ar-condicionado? Segundo o médico otorrinolaringologista e professor universitário Dr. Daniel D’Ávila, o ar-condicionado, em geral, costuma ser uma escolha mais segura — desde que esteja devidamente higienizado.
“O ventilador, para ser realmente efetivo, precisa ter seu fluxo de ar direcionado para a pessoa, o que faz com que ele acabe puxando e jogando a poeira do ambiente sobre quem está utilizando. Já o ar-condicionado, além de manter a temperatura do ambiente, não precisa de uma higiene tão frequente para manter boas condições de uso para quem tem alergias respiratórias”, explica o especialista.
Cuidados com o ar-condicionado
Apesar de ser a opção preferida para muitos pacientes com rinite e asma, o uso do ar-condicionado requer cuidados. De acordo com o Dr. Daniel D’Ávila, a falta de higiene adequada no equipamento pode torná-lo mais prejudicial do que o ventilador. O médico orienta que o filtro do aparelho seja lavado a cada 15 dias e que a limpeza interna profissional seja feita a cada três meses.
Outro ponto de atenção é a temperatura. “Temperaturas abaixo de 23°C podem agir como agentes irritativos das vias respiratórias. O ideal é manter o ambiente em temperaturas amenas para minimizar os efeitos negativos”, alerta.
E o ventilador? Pode piorar as crises alérgicas?
Sim. O especialista explica que o ventilador pode espalhar partículas de poeira e ácaros pelo ambiente. “A resuspensão de partículas biológicas, incluindo ácaros da poeira, é influenciada pela umidade e pelo movimento do ar gerado pelo ventilador”, detalha.
Para prevenir a dispersão de ácaros e poeira, ele recomenda a manutenção de uma boa ventilação no ambiente e a realização de limpeza frequente, de preferência com aspiradores de alta eficiência. “Além disso, é importante higienizar as palhetas do ventilador a cada três dias, aproximadamente”, orienta.
Como melhorar a qualidade do ar?
O uso de ar-condicionado pode deixar o ar mais seco, o que também prejudica quem sofre de problemas respiratórios. Para melhorar a umidificação do ambiente, o Dr. Daniel D’Ávila sugere algumas estratégias simples:
• Colocar uma toalha molhada sobre uma cadeira no quarto;
• Deixar uma bacia de água perto da cama;
• Usar umidificadores de ar de forma racional.
O médico alerta, no entanto, para o uso moderado dos umidificadores. “Se usado por tempo prolongado, o umidificador pode favorecer a proliferação de fungos e outros micro-organismos. Por isso, recomendo deixá-lo ligado por no máximo duas horas à noite e depois desligar.”
Medidas para tornar o ambiente mais saudável
Para quem sofre com asma ou rinite, adotar práticas de controle ambiental é essencial para reduzir a exposição a alérgenos e poluentes. Entre as recomendações do Dr. Daniel D’Ávila estão:
• Usar aspirador de pó e pano úmido ao invés de vassoura;
• Trocar a roupa de cama duas vezes por semana;
• Utilizar capas anti-alérgicas em colchões e travesseiros;
• Manter o ambiente bem arejado;
• Evitar o uso de produtos com cheiro forte, como talcos, perfumes e desodorantes;
• Evitar banhos muito quentes e mudanças bruscas de temperatura;
• Reduzir o uso de cortinas, tapetes, carpetes e almofadas de tecido permeável;
• Evitar bichos de pelúcia, estantes de livros, caixas e objetos que acumulam poeira.
No geral, o ar-condicionado, com manutenção adequada e filtros adequados, tende a ser a melhor opção para quem sofre de doenças respiratórias, oferecendo controle sobre a temperatura e a qualidade do ar. O ventilador pode ser usado em casos onde o ar-condicionado não está disponível, mas requer atenção especial para evitar a dispersão de alérgenos.







André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
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