Livro de Hitler vira tema de curso especializado na Holanda
Brasil e Mundo 27/12/2017 13h50 |O Instituto Internacional de Filosofia de Amsterdã (ISVW) oferece um curso sobre o significado do livro "Mein Kampf" (Minha Luta), de Adolf Hitler, proibido na Holanda até um ano trás, para "resolver inquietações" relativas à ideologia nazista.
"O debate deve acontecer em uma linha correta. Precisamos saber o que há nesse documento. É o único livro que esteve proibido durante a história pós-guerra dos Países Baixos", afirmou o diretor do programa, Erno Eskens.
Vender cópias do livro de Hitler na Holanda era ilegal desde a década de 1980, mas no início deste ano o Tribunal Supremo deu ganho de causa a um alfarrabista de um sebo em Amsterdã que colocou cópias à venda para "disseminar o ódio".
Um tribunal tinha ordenado a prisão do alfarrabista um ano antes, alegando que a liberdade de expressão só pode ser discutida quando existe "uma necessidade social urgente", mas a Promotoria entrou com um recurso no Supremo, que terminou dando seu apoio ao vendedor.
A Corte Suprema considerou que o livro, como fonte histórica de pensamento antissemita, também desempenha um papel importante no debate social sobre o antissemitismo e na luta contra o ódio.
Por isso, e com a ideia clara de que o livro só será usado como fonte histórica, o curso recebeu o apoio do Centro Holandês de Informação e Documentação sobre Israel, que promove também uma "boa tradução acadêmica" do "Mein Kampf", bem como sua forma de ver a Alemanha, a raça e a política.
Dez importantes historiadores dão este curso, que tem um preço de mil euros e cuja primeira edição está sendo realizada desde meados de dezembro.
"Pode ser que muita gente não o tenha lido, mas não é um trabalho absurdo. Hitler põe seus pensamentos e teorias nele, não importa quão abjetos eles sejam", afirmou Eskens à emissora holandesa "NOS".
Segundo o diretor, o livro "deve estar aberto" ao público para "evitar que a história se repita", por isso defende o curso.
"Hitler foi o resultado de todo tipo de pensamento que existia na cultura da sua época. Ele fez disso um coquetel explosivo. O que temos que levar em conta é que a base ainda está ali e hoje ainda há partidos que são nacionalistas. Ainda há gente que pode repetir tal coquetel", acrescentou.
O curso também visa evitar que Hitler entre para a História com concepções equivocadas e se torne um "personagem" como Napoleão.
"Muitos pensam que Napoleão era um homem divertido que usava chapéu e que uniu a Europa. Mas hoje sabemos, vagamente, que Napoleão fez coisas terríveis nas quais morreram 6,5 milhões de pessoas. Isso não deve acontecer com Hitler", explicou.
O curso é "qualquer coisa, menos propaganda", da sua ideologia, defendeu Eskens, que já conta com dezenas de participantes interessados em conhecer o conteúdo de um livro proibido durante décadas nos Países Baixos.
O ISVW também dá as boas-vindas às pessoas com "ideias neonazistas que estejam abertas às críticas e ao debate".
Hitler escreveu este livro em dois volumes quando estava em cativeiro durante cinco anos, após tentar dar um golpe de Estado em 1923, e aproveitou a privação de liberdade para moldar no "Mein Kampf" seu antissemitismo e suas ideias sobre "Lebensraum" (espaço vital, em alemão).
Depois da Segunda Guerra Mundial, os Aliados cederam os direitos do "Mein Kampf" ao estado da Baviera, onde Hitler tinha sido encarcerado e onde redigiu sua obra.
A Baviera tentou evitar a reedição do livro, mas quando o falecimento do ditador completou 70 anos, em 2015, os direitos autorais expiraram e o livro pôde voltar a ser publicado.
Fonte: EFE


Na Assembleia Geral da ONU, outros países também pretendem reconhecer formalmente o Estado da Palestina

Além de favorecer a eliminação de gordura no fígado, chá feito com planta pode melhorar a saúde digestiva e fortalecer o sistema imunológico

Pesquisa nacional mostra alta prevalência de ansiedade, depressão e burnout entre profissionais da medicina

Ministério de Minas e Energia (MME) diz que o horário de verão, suspenso desde 2019, é “permanentemente avaliado”

Estudo revela que 63% já sofreram quedas e 90% vivem com medo de cair, cenário acima da média global que afeta mobilidade, independência e saúde mental