Por Adriana Meneses

Desde a última segunda-feira (04) que algumas lojas do comércio varejista sergipano passaram a utilizar o sistema de emissão de documento fiscal eletrônico nas vendas ao consumidor final (NFC_e), ação que eliminaria completamente a impressão da nota ou cupom fiscal. Os comprovantes de compra seriam agora enviados para celulares ou contas de e-mail. Sergipe é o Estado pioneiro na implantação desse sistema, que poderá servir como referência para todo país. Mas o que será que a população acha desse novo sistema? Será que as pessoas estão aptas a lidarem com essa tecnologia?  F5 News foi às ruas para saber se a emissão de notas e cupons eletrônicos vai ter a aceitação da população.

 

“Eu nem sabia dessa mudança”, essa foi a reação da profissional em segurança Monica Santos (foto ao lado), ao ser questionada sobre o novo sistema de emissão de nota fiscal. Para ela, a população deveria ter sido informada e esclarecida a respeito. Sem essas explicações, Mônica acredita que mudança vai gerar muitos problemas no momento das compras. “Eles mudam um sistema sem explicar como será o procedimento e tenho certeza que vai acontecer muita confusão. Eu mesma vou querer a minha nota fiscal em papel, pois não confio em celulares e e-mails”, disse.

 

 

Para a consultora de vendas Maria Regina (foto ao lado), a tecnologia da emissão de notas no comércio sergipano é um absurdo. Ela acredita que os sergipanos ainda não estão preparados para adotar o sistema, pois os meios que serão utilizados para o recebimento das notas ainda não são acessíveis a grande parte da população. “Imagine uma pessoa que não sabe ler, que não tem acesso à internet ou não possui um telefone celular. Acho um absurdo que uma mudança dessas aconteça”, afirmou.

 

 

“Essa é um sistema para países de primeiro mundo”, diz a pensionista Eliana Maria (foto ao lado). Além de não ter acesso à internet, ela prevê que começa a surgir mais um problema para os consumidores.  “Sistemas como esse não são para ser implantados em um país como o nosso, em que o ‘jeitinho brasileiro’ predomina, um país onde os consumidores sofrem com o descaso dos órgãos competentes e muitas vezes acabam sem a garantia dos seus direitos atendidos. Se com a nota impressa já é um problema, imagine com uma nota enviada para celular ou e-mail, que pode nem chegar às mãos dos consumidores?”.

 

 

A falta de acesso aos novos métodos de envio de nota fiscal preocupa a aposentada Luzia Xavier (foto ao lado). Ela disse que vai brigar para obter a nota impressa. “Eu não tenho celular, e muito menos acesso à internet. Vou brigar com unhas e dentes pelos meus direitos. Quer dizer que agora, se eu fizer uma compra, não vou poder ter o meu comprovante? Eles não podem tirar um direito que é nosso, de obtermos o nosso comprovante. Acho que essa mudança vai criar muito problema”, disse.

 

 

 

“E se roubarem o meu celular, ou eu perder as minhas senhas de e-mail”, esse é questionamento da autônoma Jaqueline Santos (foto ao lado), que se mostrou bastante preocupada com eliminação da nota fiscal impressa. “Sinceramente não sei como vai ser isso. Celular e e-mail hoje em dia não são coisas seguras. Se antes já tínhamos problemas com as notas impressas no momento de trocar um produto ou brigar por alguma coisa, imagine agora. Esse povo esquece que a tecnologia ainda não está acessível para todos”, destacou.