Por Marcio Rocha

Falta de comunicação de crimes dificulta trabalho da polícia

Várias ocorrências em diversos pontos da cidade são registradas diariamente e variam de roubos e assaltos a ameaças e perturbação da paz, crimes e delitos praticados em todos os bairros de Aracaju (SE). A população residente nas localidades reclama do serviço de segurança, afirmando haver ausência de policiamento na capital. Entretanto, várias das ocorrências não são comunicadas à polícia, que, por esta falta de conhecimento, não atende às vítimas.

Segundo o coronel Salvador Sobrinho, coordenador do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), é importante que a população tome a atitude de denunciar as ocorrências de crime, para que a polícia possa ter uma ação efetiva.

De acordo com ele, quando há esse registro, a Polícia Militar tem condições de extrair a cada 30 dias o volume de ocorrências para efetuar o mapeamento das áreas consideradas “manchas criminais”, inclusive resgatando aquelas com altos índices de criminalidade insolúvel, devido à falta de comunicado. Com as ocorrências mapeadas, o policiamento ostensivo é intensificado e um número maior de criminosos é preso pelos policiais militares.

“Nós temos o mapeamento para poder solucionar os problemas apresentados nas áreas. A Polícia Militar é um organismo dedicado a resolver os problemas de segurança da população. Com as estatísticas, agimos com mais eficácia no combate ao crime”, disse o coordenador do Ciosp.

Se a população na registrar os crimes ocorridos, a polícia não consegue otimizar sua atuação e não cobre as áreas da cidade com ocorrências em maior volume. O coronel Sobrinho afirmou que existem áreas mapeadas e outras que estão em processo de levantamento de dados. Ele pede que a população não comunique apenas ao Ciosp, mas também preste queixa em uma delegacia responsável pela sua área.

“É importante que as queixas sejam prestadas pelas vítimas, para que possamos ter identificação dos suspeitos. A ausência de comunicado prejudica a ação policial, que não atende por desconhecimento. A queixa é fundamental para elucidação de crimes”, comentou Sobrinho.

A respeito dos trotes, o coordenador disse que houve uma queda em mais de 50% dos telefonemas comunicando falsas ocorrências. Isto se deve às medidas tomadas pelo Ciosp para evitar a cobertura de falsas ocorrências. Em caso de ligações de números fixos, as residências são comunicadas por meio de documento oficial que informa a tipologia criminal do trote. No caso de celulares, os números são identificados e os proprietários, notificados.

O índice de trotes ainda é considerável, mas o número caiu de 39% do total de ligações atendidas pelo Ciosp, no ano de 2009, para 16% nos primeiros meses deste ano.

Imagem: Allan de Carvalho