Nutrição emocional ganha espaço no tratamento de transtornos alimentares
Especialista sergipana defende abordagem humanizada que una alimentação e saúde mental Cotidiano 09/11/2025 17h00 |A relação entre mente e alimentação tem ganhado novos contornos dentro da área da nutrição. Embora ainda seja pouco explorada, a nutrição voltada ao tratamento de transtornos alimentares começa a conquistar espaço nos cuidados com a saúde mental, propondo uma visão mais ampla sobre o papel da comida na vida das pessoas.
Segundo estimativas da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 15 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de transtorno alimentar — como anorexia, bulimia ou compulsão alimentar —, o que equivale a uma em cada 20 pessoas. Diante desse cenário, cresce a necessidade de profissionais capacitados para compreender o alimento não apenas como fonte de nutrição física ou estética, mas como parte da saúde emocional.
Uma das profissionais que se dedicam a essa área é a nutricionista Andressa Ferreira Campos, formada pela primeira turma de Nutrição da Universidade Tiradentes (Unit). Com mestrado em Nutrição em Saúde Pública e especialização em Transtornos Alimentares pela Universidade de São Paulo (USP), Andressa atua desde 2018 como nutricionista clínica em Aracaju, com ênfase no tratamento de distúrbios alimentares como anorexia, bulimia e compulsão.
De acordo com a especialista, compreender a alimentação sob a ótica emocional é essencial em um contexto cada vez mais marcado pela ansiedade e pela depressão.
“Vivemos em uma sociedade ansiogênica e impositiva, que dita padrões de corpo e comportamento. Isso afeta o emocional e se reflete diretamente na forma como comemos. A alimentação é parte da nossa regulação emocional”, destaca Andressa.
Para ela, a atuação nessa área exige um olhar mais sensível e humanizado.
“O profissional precisa entender que o outro vai além do que se vê. Cada paciente tem uma história alimentar com medos, traumas e gatilhos. Nosso papel é ajudá-lo a reconstruir uma relação harmoniosa com a comida e com o próprio corpo”, explica.
Durante a graduação, Andressa participou de projetos de iniciação científica e tecnológica no Laboratório de Pesquisas em Alimentos (LPA), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), e foi monitora em disciplinas práticas da Unit. Ela também possui especialização em Nutrição nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis, pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo.
Atualmente, Andressa busca contribuir para a formação de novos profissionais, defendendo uma nutrição mais humanizada e comportamental.
“É preciso ir além da ideia do nutricionista como ‘programador de dietas’. O alimento tem memórias, emoções e significados. Nosso desafio é ressignificar a nutrição, tirando-a do reducionismo e aproximando-a do bem-estar real das pessoas”, conclui.
Fonte: Assessoria de Comunicação
