Polícia investiga suposta discriminação de paciente contra médica negra
Ela prestou boletim de ocorrência e investigação visa apurar as circunstâncias Cotidiano | Por F5 News 21/02/2024 16h06 |Nesta quarta-feira (21), a Polícia Civil de Sergipe informou que irá investigar uma possível ocorrência de discriminação racial por parte de um paciente, tendo por alvo uma médica no estado.
Segundo informações fornecidas pela Polícia Civil, a médica, que é negra, relatou que um paciente do Mato Grosso do Sul solicitou uma consulta online e, durante a interação, fez questionamentos sobre sua qualificação profissional e se ela possuía registro no Conselho Regional de Medicina.
Em entrevista ao G1, a médica informou que gravou parte do diálogo entre eles. Em um trecho ela questiona: "O senhor quer um certificado de doutora meu?". O paciente confirma a solicitação: "Pra saber com quem eu estou falando".
A profissional rebate: "Quer dizer que o senhor entra em um site médico e quer um certificado de doutora pra saber com quem o senhor tá falando, é isso mesmo? (...) Então o senhor vai conversar com o CRM, porque isso é uma falta de respeito com o profissional que tá atendendo. Eu não estou aqui de brincadeira, eu tenho 38 anos de formada e exijo respeito. O senhor procure outro profissional porque eu não vou te atender."
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Sergipe informou que, diante dessa situação, a médica decidiu procurar a Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência.
A polícia ainda informou que iniciou uma investigação para apurar as circunstâncias do incidente e pretende ouvir as partes envolvidas.
Em resposta ao caso, o Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese) emitiu uma nota destacando que repudia qualquer forma de discriminação, mas ressaltou que não foi oficialmente notificado sobre o incidente.
O Cremese também afirmou que não possui competência para investigar infrações cometidas por não-médicos, enfatizando que o caso deve ser tratado pelas autoridades competentes. O Sindicato dos Médicos do estado também declarou não ter sido acionado sobre o assunto.





