Presidente do Conselho de Odontologia aponta dificuldades da categoria
Atendimento a planos de saúde odontológicos foi suspenso nesta quinta Cotidiano 25/10/2012 15h00 |Por Fernanda Araujo
Em protesto contra operadoras de planos de saúde que remuneram mal os dentistas, o atendimento a esses planos foi suspenso nesta quinta-feira (25), como prometido em Sergipe e em todo o país, salvo casos de urgência e emergência. Os profissionais querem o reajuste de tabelas de procedimentos e a implantação do Coeficiente Brasileiro Hierarquizado de Procedimentos Odontológicos (CBHPO).
Segundo o presidente do Conselho Regional de Odontologia (SE), Augusto Tadeu Ribeiro Santana (foto), os planos de saúde odontológicos sempre foram motivo de preocupação ao cirurgião-dentista e para entidades da classe. “Quando tem um número muito grande de pessoas querendo um plano odontológico, entram esses negociadores e oferecem planos com preço baixo porque remuneram baixo ao dentista. Eles remuneram com valores que não condizem com a nossa formação científica e técnica. O que nós queremos é mostrar que não podemos continuar com esse tipo de relação de trabalho, precisamos nos valorizar”.
Augusto Tadeu afirma que as operadoras se valem de contratos em que os profissionais precisam comprovar procedimentos através de raios-X, o que comprometeria a saúde do usuário, enquanto eles deviam ter perícia e auditoria.
"Nesses contratos não constam índice de reajuste anual, eles tem um sistema que o dentista manda sua fatura e eles pagam, só que 70% ou 80% do que o profissional manda tem que depois reivindicar no fórum que é em São Paulo ou no Rio de Janeiro", disse.
Dados do Conselho Regional apontam que no Brasil existem 17,3 milhões de usuários de planos de saúde odontológicos. Em Sergipe, são registrados no Conselho dez planos de saúde e em torno de 2 mil dentistas cadastrados. Desses, 60% a 70% atendem por esses planos.
Para os profissionais que também comemoram hoje o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista, a data é de reflexão para avaliação de novas medidas a serem tomadas. Apesar das dificuldades, o presidente afirma que há o que comemorar. “Quero externar a todos os meus colegas e desejar um dia de muita paz e felicidade a aqueles que abraçaram a linda profissão de odontologia. Linda e digna porque devolve o bem estar das pessoas e a dignidade. Se tiver ideia do que é a falta de um dente numa relação de trabalho e em relacionamentos, o prejuízo é muito grande. Somos verdadeiros artistas e cientistas”.
Profissionais do SUS em Sergipe
Em relação aos profissionais do Sistema Único de Saúde, será realizado no dia 9 de novembro o Fórum Estadual dos Cirurgiões-Dentistas do SUS de Sergipe. No evento serão discutidos avanços e as limitações da saúde bucal no atendimento que é oferecido pelo SUS.
“Vamos discutir a partir daquilo que é vivenciado pelo cirurgião-dentista nos diversos níveis de atenção, assim como toda a qualidade da prestação de serviço da odontologia da população. Estamos criando um documento para ser encaminhado aos gestores, mostrando não só as nossas dificuldades, mas também como está acontecendo o atendimento à população”, antecipa Augusto Tadeu.
Segundo ele, 90% dos usuários do SUS não têm acesso ao serviço especializado de Odontologia, seja na parte de prótese, tratamento de canal, periodontia – que cuida das doenças da gengiva – ou cirurgia. “Um dos princípios do SUS é a integralidade da assistência à saúde, mas infelizmente no próprio SUS não tem essa integralidade com relação à Odontologia. Não é ofertado todo o tipo de procedimento. Aí a gente entra com aquela situação da exclusão social, como a perda precoce de dentes em adolescentes de 13 a 15 anos de idade”.
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