Sergipe figura com três municípios entre os 20 maiores produtores de leite
Pesquisa mostra resultados expressivos sobre a produção de leite no estado Economia | Por Agência Sergipe 02/10/2025 17h05 |O resultado da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2024, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta aumento na produção de produtos pecuários de Sergipe. Neste setor, o destaque é a produção de leite que concentra 86% dos quase R$ 2 bilhões no valor da produção pecuária estadual. Nesta mesma pesquisa os municípios sergipanos de Poço Redondo, Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória figuram entre os 20 maiores produtores nacionais, sendo que Poço Redondo chegou à produção anual de 121 milhões de litros de leite. Os três municípios produziram 316 milhões de litros, ou seja, quase 50% do total de 678.508 milhões de litros de leite produzidos no estado ano passado.
A PPM mostra que, de modo geral, em 2024, o rebanho bovino em Sergipe cresceu 4,21% em relação a 2023, chegando a 1,35 milhão de cabeças. Em todos os 75 municípios sergipanos, há criação de gado. O valor de produção dos principais produtos pecuários cresceu 8%, em 2024, quando comparado a 2023. O valor saiu de R$1,7 bilhão para R$1,8 bilhão. A produção de leite concentrou 86% deste valor, seguida pela produção de ovos de galinha (13,8%).
Os municípios sergipanos que tiveram maior valor de produção de leite, em 2024, foram Poço Redondo (R$283,5 milhões), Porto da Folha (R$230 milhões) e Nossa Senhora da Glória (R$228 milhões) aparecendo no panorama nacional entre os maiores produtores.
O secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca Ramos da Silva, avalia que os resultados positivos mostram que o governo está no caminho certo. Ele comenta que o maior ganho foi em produtividade. “O que temos observado, nos últimos anos, em Sergipe, é um crescimento na produção de leite muito mais relacionado ao aumento da produtividade das vacas do que ao aumento do rebanho de fêmeas que estão sendo ordenhadas. Isso mostra maiores investimentos em melhoramento genético, qualidade de alimentação e no manejo com os animais”, enfatiza.
Incentivos do Governo
Para o secretário, essa notícia representa a importância, tanto dos investimentos dos produtores como das políticas públicas consistentes empreendidas pelo governo estadual. “Sergipe vive um momento histórico no setor leiteiro, graças a um trabalho abnegado dos produtores integrado com os municípios e os incentivos do Governo de Sergipe, que reúne apoio técnico, ações de inseminação artificial, sanidade animal, incentivo à produção e beneficiamento do leite e ao escoamento, com a melhoria das estradas e compra de alimentos da agricultura familiar, além de crédito rural. Estamos vendo os resultados de um governo que acredita no potencial do campo e investe no produtor. Com isso, conseguimos gerar mais renda, garantir alimento de qualidade e fortalecer a economia do nosso estado”, ressalta.
Rodovias
O governo acredita que uma boa malha rodoviária contribui para a expansão da produção como, também, para o escoamento, atraindo investimentos e dinamizando as atividades deste setor em Sergipe. De acordo com o Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER/SE), o estado é o 1º no quesito infraestrutura. Sergipe subiu 11 posições no quesito qualidade das rodovias, ocupando, agora, o 2º lugar no país. O governo já investiu mais de R$ 621 milhões em obras de infraestrutura rodoviária, entregou 365,27 km de reestruturação, 52,30 km de novas vias, além de duplicação, pavimentação e construção de pontes. Um esforço que se traduz em mais segurança e desenvolvimento para todos os cantos do estado.
Só na Rota do Leite, de Gararu a Nossa Senhora da Glória, na Rodovia SE-175, na estrada do povoado Jibóia, tem investimento total de R$ 90 milhões, com objetivo de contribuir para o acesso a mercados, estímulo à produção da região do sertão, e benefício a agricultores e produtores locais. Com estas obras, somente na bovinocultura de leite, a perspectiva é que a produção leiteira dos cinco municípios da rota ultrapasse os 296.062.000 litros por ano.
Fomento para alimentação e melhoramento genético do rebanho
Os resultados positivos na produção leiteira são fruto de uma série de investimentos e ações estratégicas do Governo de Sergipe voltadas ao fortalecimento da cadeia produtiva do leite, confirmada pelo presidente da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Gilson dos Anjos, que detalha os investimentos. “Entre eles, podemos destacar o programa Sementes do Futuro fomentando à produção de milho e palma para alimentação animal. Nos últimos três anos, o estado doou 517 toneladas de sementes de milho e 648 mil raquetes de palma a 500 pequenos produtores, como insumos importantes para a ração animal. Também foram aplicadas tecnologias de melhoramento genético, como a Inseminação Artificial por Tempo Fixo, com 1.054 fêmeas inseminadas entre 2023 e 2024. A Emdagro também oferece Assistência Técnica e Extensão Rural e realiza a doação de kits de ordenha”, pontua.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), incentiva, também, o escoamento da produção por meio do Programa de Aquisição de Alimentos Leite (PAA Leite), que adquire 90 mil litros de leite por mês. Nos últimos três anos já foram entregues mais de 1 milhão de litros de leite para beneficiar três mil famílias de baixa renda. O apoio direto aos produtores também é garantido pelo Programa Mão Amiga Bacia Leiteira, que atende 3.142 pequenos criadores com quatro parcelas de R$ 250, e por linhas de crédito rural operadas pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese).
Dessedentação animal
O Governo tem realizado serviços importantes para garantir água para os rebanhos. De acordo com o diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, em todo estado, de 2023 a 2025, já são 1.223 ações de abertura e limpeza de barragens de terra executadas pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). “O foco principal é o aumento da capacidade de armazenamento de água das chuvas para dar de beber ao gado no sertão”, pontuou.
Adutora do Leite
Com o objetivo de fomentar ainda mais o potencial do estado na pecuária leiteira e agronegócio, o Governo do Estado apresentou a produtores sergipanos o projeto da Adutora do Leite, que abastecerá com águas do Rio São Francisco os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre. Com um investimento da ordem de R$ 250 milhões, o projeto encontra-se na fase de estudo.
A Adutora do Leite será uma solução para a dessedentação animal no trajeto entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, com uso da água captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no Rio São Francisco. A obra, reivindicação antiga na região que mais produz leite em Sergipe, levará água aos diversos tipos de criatórios comerciais, rebanhos que somam, aproximadamente, 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, dos cinco municípios no trajeto de 108,60 km de extensão: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, passando pelo polo leiteiro de Santa Rosa do Ermírio, Porto da Folha, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória.
Enquanto as obras da Adutora do Leite não entram em fase de execução, o governo já deu início às obras de outra adutora importante, a do Curralinho, em Porto da Folha, em fevereiro deste ano, representando uma solução definitiva para o abastecimento de água na região. A concessionária Iguá Sergipe, empresa vencedora do leilão da concessão parcial dos serviços da Deso, será a responsável pelo sistema, que impactará, sobretudo, no abastecimento de água à população.
Incentivos fiscais
Em Sergipe, as indústrias de laticínio possuem incentivos fiscais criados pela gestão estadual para fortalecer a cadeia produtiva do leite. Um exemplo é o ‘Crédito Presumido do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] para indústrias de leite’, em vigor a partir do Decreto nº 40205/201, por meio do qual a empresa de laticínio pode reinvestir o ICMS que pagariam em ações produtivas que atendam aos produtores rurais locais. Outro exemplo de incentivo é o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), administrado pela Codise, pelo qual o governo estimula a economia na atração de novos negócios e concessão de incentivos.
O milho, importante insumo para alimentação animal, também recebe incentivo fiscal que pode reduzir os custos de produção. O governador Fábio Mitidieri manteve o benefício que define em 2% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de milho em grãos para operações comerciais internas e interestaduais. Para o governo estadual fomentar o agronegócio é uma das prioridades da gestão.
Mais crédito para o setor agropecuário
O Banese bateu mais um recorde ao investir R$ 279 milhões na agropecuária sergipana durante o Plano Safra 2024/2025, finalizado no mês de junho. A maior fatia do resultado foi para o custeio agrícola com R$ 151,2 milhões, valor 7,4% maior que o registrado no ano anterior.
A segunda posição ficou com o investimento pecuário, que recebeu R$ 56,8 milhões, soma 30,10% superior ao registrado no período imediatamente anterior. O investimento agrícola ficou na terceira colocação, com R$ 39,9 milhões, montante 89,2% maior que o liberado no Plano Safra 2023/2024. Já o custeio pecuário, embora tenha sido o que consumiu a menor parcela do total de recursos liberados, R$ 30,9 milhões, foi o que apresentou maior crescimento quando comparado com o resultado do ano agrícola anterior: 134,81%.
“O resultado que coloca os municípios sergipanos entre os 20 maiores na produção leiteira nacional, mostra que o Governo tem se empenhado em conhecer a fundo as necessidades do homem e da mulher do campo, e investir nas principais demandas da população, o que nos dá a possibilidade de ser ainda mais assertivos, e de apoiar de maneira eficiente o crescimento da produção agropecuária sergipana”, conclui o secretário de Estado da Agricultura.





