Sergipana conquista vice-campeonato no Pan-Americano de Karatê no Peru
Beatriz Andrade brilhou na competição, conquistou medalha e vaga para o Mundial. Esporte 27/11/2025 10h14 |Disputado em Lima, o Pan-Americano de Karatê reuniu atletas de vários países em uma das competições mais intensas e qualificadas do circuito internacional. O evento, que movimentou a capital peruana em outubro, reuniu diferentes modalidades, preparação física de alto padrão e a responsabilidade de defender as cores de cada nação em um torneio de grande visibilidade.
Entre os representantes brasileiros estava Beatriz Andrade, estudante de Educação Física da Universidade Tiradentes (Unit), que vestiu o uniforme da Seleção Brasileira pela primeira vez e retornou ao Brasil com a medalha de prata, resultado que marca um dos momentos mais expressivos da sua trajetória. Ao recordar a experiência de competir fora do país, Beatriz descreve a vivência como a realização de um sonho.
“Foi uma sensação única, alcançar um espaço que eu sempre almejei. Defender o Brasil, integrar a Seleção e estar em outro país é algo de um valor enorme”, comenta. Para ela, conviver como estrangeira tornou tudo ainda mais especial. “Foi divertido estar na posição de ‘gringo’, falar outro idioma, lidar com outra moeda, conhecer uma gastronomia diferente e observar os hábitos locais. É uma experiência cultural muito enriquecedora”, completa.
O encantamento com a diversidade veio acompanhado do que ela considera o desafio técnico mais intenso de sua carreira. Beatriz afirma que o nível das disputas ultrapassou tudo que já havia enfrentado. “Era um nível altíssimo. A diferença técnica e expressiva entre esse campeonato e todos os outros que participei é enorme, ainda mais por envolver a união de confederações”, relata. Competir com adversários tão qualificados exigiu força física e foco total.
Mesmo com a pressão competitiva, Beatriz ressalta o ambiente de apoio dentro da delegação brasileira. “Havia muita união, torcida e incentivo, inclusive entre atletas da mesma categoria”, diz. A atleta lembra ainda que a competição permitiu trocas importantes com participantes do Chile, Peru e de diversas regiões do Brasil, ampliando o aprendizado dentro e fora dos tatames.
Preparação, expectativas e suporte técnico
A jornada até o pódio começou bem antes da viagem. Segundo Beatriz, sua preparação foi marcada por dedicação intensa e aperfeiçoamento constante. “Sempre mantive uma rotina persistente, tentando superar o desempenho do dia anterior e repetindo as técnicas incansavelmente, ainda mais com um objetivo tão grandioso pela frente”, destaca.
Apesar da segurança física, questões emocionais também estiveram presentes. “Todos os dias eu sentia aquele frio na barriga e me perguntava se estava realmente pronta para competir e viver essa experiência em outro país”, relembra. Para ela, essa mistura de nervosismo e expectativa deu ainda mais significado à ida ao Pan-Americano.
Beatriz também destaca a importância dos treinadores durante todo o processo. “Meus professores sempre me apoiaram, se dispuseram a fazer treinos específicos e acreditaram no meu potencial”, relata. Para a atleta, esse suporte foi fundamental para viajar confiante e preparada.
Caminho até a medalha
A medalha de prata veio na categoria Kobudo, disputada com armas tradicionais e, no caso de Beatriz, com o bastão BO, e aberta a homens e mulheres. Antes da conquista, porém, ela passou por momentos de frustração. “Perdi duas categorias que me tiraram do pódio. O grande desafio foi manter o equilíbrio emocional e confiar que ainda tinha uma última oportunidade. Foi muito significativo”, diz.
O instante em que percebeu que garantiria a medalha permanece entre os mais marcantes para ela. “Deu uma vontade enorme de chorar de emoção. Foi uma alegria indescritível. Naquele momento, revivi toda minha trajetória e o quanto esperei por isso. É uma sensação de êxtase que não tem explicação”, descreve.
Na final, ela sentiu claramente sua evolução técnica. “Só pensava em entregar tudo, ir além do meu limite. O campeão tinha um nível extraordinário, e por um momento percebi o quanto eu estava preparada, o quanto estava próxima de um atleta daquele porte. Essa percepção fortaleceu muito minha autoestima”, afirma.
Próximos passos
Para Beatriz, segurar a medalha em um campeonato continental transformou algo que antes parecia distante em uma conquista concreta. “É surreal. Significa que toda a minha persistência, o apoio dos meus amigos, da minha família e dos patrocinadores me trouxeram até aqui”, conta. Ela diz que ainda está assimilando a dimensão do resultado.
A prata também abriu portas importantes. O vice-campeonato garantiu sua classificação para o Mundial de Karatê, que acontecerá em novembro de 2026, na Turquia. “Quero muito participar, planejando, treinando e buscando recursos para confirmar minha presença”, afirma. A visibilidade conquistada no Pan-Americano já começa a gerar novos apoios. “Com essa medalha, posso buscar mais incentivos e participar de outros campeonatos, representando o Brasil, Sergipe e fortalecendo minha trajetória como atleta”, celebra.
Além disso, Beatriz continuará disputando competições promovidas pela Federação, como copas, torneios sergipanos, brasileiros de artes marciais, interestilos e campeonatos entre confederações, mantendo a regularidade que a levou ao cenário internacional. “Esses campeonatos fazem parte da minha rotina e contribuem muito para o meu desenvolvimento”, finaliza.
Fonte: Assessoria de Comunicação
