Agamenon quer palco e holofotes, diz vereadora Lucimara Passos
Política 04/06/2014 13h35 |Por Fernanda Araujo
Em entrevista ao programa Liberdade Sem Censura, nesta quarta-feira (04), a vereadora Lucimara Passos (PC do B) pediu postura à Câmara Municipal de Aracaju contra o colega parlamentar Agamenon Sobral. Para ela, que já foi alvo de críticas do vereador, Agamenon quer palco e holofotes.
No pequeno expediente da CMA, a vereadora se pronunciou contra as declarações do parlamentar sobre os profissionais médicos, enfermeiros, auxiliares e professores. Se referiu principalmente ao episódio com a enfermeira e presidente do sindicato da categoria, Flávia Brasileiro. Na reportagem, Lucimara Passos lembrou que já havia feito dois pedidos de quebra de decoro contra o parlamentar - o primeiro à presidência, quando a Comissão de Ética ainda não havia sido instalada, e posteriormente à Comissão, há dois meses. No entanto, não houve resposta formal de nenhum deles.
Apesar do presidente da Comissão de Ética, vereador Dr. Agnaldo (PR), já ter antecipado que os integrantes da comissão vão se reunir, para ela, a atitude da Câmara é omissa. “É passar a mão na cabeça, é reforçar ao vereador a ideia de que a imunidade dá a ele o direito de fazer tudo. E essa não é uma verdade absoluta. O que aconteceu ontem na minha avaliação foi deprimente e envergonha o parlamento, é algo que estamos vivenciando ao longo desses meses que começou essa legislatura, de maneira corriqueira. Se no mínimo não for discutido o comportamento do vereador, a ideia que se passa é que ele está correto”, disse.
A vereadora afirma que se sente agredida por ele em diversos momentos, mesmo quando não se dirige diretamente a ela. Disse ainda que é difícil a convivência com Agamenon e, em sua avaliação, o comportamento do vereador não condiz com o de um parlamentar. “Ele está sempre criminalizando, ele julga e condena as pessoas na tribuna de maneira irresponsável. Além disso, toda a denúncia que ele faz é como se tivesse em um palco precisando que os holofotes fossem acesos. Não faz uma denúncia sem inserir uma polêmica para ganhar a opinião pública. Se for analisar todo o comportamento dele desde que assumiu enquanto vereador, não faz um trabalho consistente”.
Ela pondera ainda que o vereador se intitula o grande defensor da saúde e da educação, mas nunca visitou escola municipal. “Ele vai às escolas estaduais porque é aliado do prefeito. É complicado para ele atingir a gestão do prefeito. Ele visitou inicialmente os postos de saúde e denunciou na tribuna alguns profissionais que teriam faltado aos serviços. Aí eu pergunto: ele denunciou a administração? Acompanhou para saber se o ponto desses foi cortado? Eu não tenho notícias disso. Penaliza os profissionais para livrar a cara do gestor. Agamenon está atrás de palco e holofotes, e para conquistar a opinião pública”, critica.
Sobre as supostas ofensas proferidas contra Flávia Brasileiro, a vereadora disse ser solidária não só aos enfermeiros como às mulheres, constantes vítimas de preconceito. “Está cometendo agressão de gênero. Quando eu fui receber Flávia que estava na sala da presidência , encontrei o vereador Agamenon saindo da sala. Encontrei Flávia transtornada porque ele havia dito que: as enfermeiras têm que trabalhar e caçar serviço, ao invés de fazer sexo oral. A palavra que ele utilizou foi muito pior”.
Essa afirmação foi denunciada na tribuna livre pela enfermeira. “Ela disse que provavelmente Agamenon não sabia que ela estava na sala e repetiu a frase aos vereadores. Aí ele (Agamenon) disse ‘não senhora, eu sabia que a senhora estava lá e falei para senhora ouvir mesmo’. Ele disse isso em plenário”, afirma Lucimara. Esse é o primeiro fato que, segundo ela, merece investigação, inclusive, o fato de que no meio da confusão houve queda de energia no plenário e todas as imagens foram perdidas, de acordo com a equipe técnica. A vereadora afirma que as imagens são necessárias para provar, inclusive, o momento em que o vereador teria xingado a enfermeira. “Ainda estou correndo atrás dessas imagens”.
O F5 News tentou falar com a presidente do sindicato dos enfermeiros, Flávia Brasileiro, mas não obteve êxito.
Foto: Ascom


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