A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), afirmou nesta terça-feira (4) que o vice-prefeito Ricardo Marques (Cidadania) tem feito o que classificou como “política para si”, ao se distanciar do grupo político que o integrou à chapa vitoriosa nas eleições municipais. A declaração foi feita durante o lançamento da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), no auditório da Prefeitura de Aracaju.

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Segundo Emília, o comportamento do vice tem causado desconforto dentro da administração municipal. A prefeita relembrou que foi responsável por articular a indicação de Ricardo dentro do grupo, mesmo enfrentando resistência inicial.

“Fui eu que trabalhei o nome do vice-prefeito no grupo. No início, havia certa rejeição, o que é natural, mas com calma e sabedoria conseguimos construir sua escolha. Ele se tornou vice-prefeito porque o povo quis, assim como quis me fazer prefeita. Mas, hoje, vejo que ele escolheu seguir a própria política”, afirmou.

A prefeita destacou que tem se dedicado integralmente à gestão e às entregas à população, mas lamentou o afastamento do vice-prefeito das ações da prefeitura. “Eu escolhi o povo, porque todo dia que estou aqui estou fazendo entrega, e essas entregas não são para mim, são para o povo. O vice, no entanto, preferiu seguir a política dele. Ele não leva em consideração o grupo que o fez vice, nem a Emília, ele escolheu a política dele”, completou.

Emília também mencionou a ausência de Ricardo em eventos e inaugurações recentes, interpretando isso como um sinal de distanciamento político. “Ele não tem se feito presente nas entregas significativas da cidade. Tivemos entrega de ônibus elétricos, de obras importantes, e até o evento de hoje, com o lançamento da Ciptea. São momentos que dizem muito sobre o compromisso de cada um. Ser gestor é mais do que andar nas ruas, é assumir o ônus e o bônus da administração. E essa prefeita tem coragem de fazer isso”, declarou.

Questionada sobre as recentes exonerações de aliados do vice, publicadas no Diário Oficial do Município, Emília afirmou que se tratam de atos administrativos comuns e que fazem parte da rotina da gestão. “Exonerações e nomeações são atos administrativos normais. Muitas vezes é preciso mudar para melhorar. Eu não quero nada errado dentro da gestão. Se há algo que precisa ser corrigido, eu tomo providências. Isso faz parte do trabalho de governar”, disse.

Sobre a possibilidade de um rompimento político, a prefeita afirmou que a iniciativa de se distanciar não partiu dela. “Não foi a prefeita quem rompeu. Foi ele quem deixou de estar presente, quem se afastou das entregas e do grupo. Eu continuo trabalhando todos os dias, focada em servir ao povo. Essa é a missão que o povo me deu”, afirmou.

A gestora também comentou as especulações de que a esposa de Ricardo Marques, Cecília Marques, poderia assumir a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) do Governo de Sergipe. “Essas questões devem ser perguntadas a ele. Eu sigo focada em entregar resultados para o povo. Tenho um cronograma de entregas, de muito trabalho. E tudo isso exige coragem, porque ser gestor é enfrentar dificuldades e tomar decisões”, declarou.

Emília ainda reafirmou que o vice-prefeito sempre teve espaço dentro da administração. “O vice jamais pode reclamar de espaço. Ele teve o que pediu: a Secom, a Sema, a Escola de Governo. Tudo foi concedido. Fica parecendo uma novela mexicana essa história. Ninguém me ouviu falar nada antes, nem plantar notinhas. Mas chega uma hora em que é preciso posicionamento. Eu vou continuar focada na gestão e no trabalho”, concluiu.

A fala da prefeita ocorre em meio a rumores de crise política entre os dois gestores. No início da semana, o vice-prefeito publicou mensagem nas redes sociais em tom conciliador, afirmando estar “100% dedicado ao trabalho em prol de Aracaju”.

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