Por Fernanda Araujo

O prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), anunciou na quinta-feira (23) a programação do Forró Caju 2014. Esse ano o orçamento do evento ficou estimado em R$ 7,5 milhões, mesmo valor do ano passado, dos quais R$ 6 milhões sairão dos cofres da Prefeitura Municipal de Aracaju e o restante de patrocinadores, a exemplo da Petrobras, que investiu R$ 250 mil. A festa acontece de 18 a 29 de junho, no entanto, a folia na capital já começa a partir do próximo dia 31 e prossegue até 17 de junho no espaço da rua São João, no bairro Santo Antônio.

No anúncio, o presidente da Funcaju, Leo Viana, afirmou que serão 262 artistas, sendo 35 nacionais e 227 sergipanos. Segundo ele, a prefeitura conseguiu aumentar o número de atrações sergipanas porque negociou e reduziu o valor de algumas apresentações, inclusive de artistas nacionais. Porém, o vereador da oposição Lucas Aribé (PSB) (foto principal) acredita que o investimento poderia ser reduzido, o que não prejudicaria a qualidade do evento. “Acho que o Forró Caju é um evento importante, a prefeitura tem se preocupado em valorizar os artistas da terra, mas o valor em si é alto. Acredito que poderia fazer uma festa com a mesma qualidade, mesmo tamanho, com investimentos menores e a prefeitura tem condições disso”, afirmou.

O vereador apontou que apesar de se investir tanto em cultura, há carência nos demais setores, como educação e saúde. Além disso, argumenta que falta mais transparência por parte da prefeitura em relação aos valores que estão sendo pagos aos artistas. “É importante que seja apresentado ao cidadão quanto é que o grupo x cobra, quanto a prefeitura pagou para o grupo y, isso tem que ser divulgado. A população precisa saber, afinal de contas, é dinheiro público”.

Com a declaração do prefeito João Alves, no último dia 15, de que Aracaju está no Limite Prudencial, Aribé defende que a prefeitura deve economizar para evitar chegar a uma situação pior.

Já o vereador da situação Ivaldo José (PSD) (foto ao lado), não acredita que o valor que sairá do cofre público pode prejudicar a Prefeitura. Segundo ele, esse investimento é custo benefício para a capital, principalmente no que se refere ao setor hoteleiro, que receberá turistas de outros estados.

Além disso, ele afirmou que por ser um valor específico na área cultural, aprovado a cada ano, não atinge e não houve desvio dos demais setores. “É preciso que separe as coisas. Em meu entendimento a festa junina de Aracaju já faz parte da rotina nacional. É preciso fazer uma festa decente. A gente tem que fazer festas interessantes para atrair os turistas de outros estados, não só o turista local”, diz.

Para o vereador, o investimento é positivo, pois trará retorno financeiro com a divulgação, mas que deve continuar a investir em educação e transporte como está sendo feito na mobilidade urbana. O custo também reflete o valor de cachês de cada artista, de acordo com ele. “A programação tem muitos artistas, são 12 dias. Se avaliar, há uns quatro ou cinco nomes nacionais com cachê a mais de R$ 1 milhão”.

Lucas Aribé avalia que o pagamento de cachês neste montante não é admissível, por melhor que seja o artista. “É preciso saber eleger quais os artistas que se enquadram no patamar financeiro. A Prefeitura de Aracaju não tem condições de bancar isso. Tem artistas da terra que ganham 20, 30 mil reais, e os de fora ganham R$ 1 milhão. Eu acho errado e desnecessário. Que se faça parcerias com o Governo do Estado, Governo Federal que tem diversos programas para incentivo à cultura. O Forró Caju é um evento já referência nacional e facilita até para conseguir essas parcerias”, conclui.