Lei que extingue cargo de motorista municipal revolta servidores
Vereador Iran Barbosa critica projeto aprovado na Câmara Política 28/05/2014 14h00 |Por Fernanda Araujo
Uma lei do poder municipal, iniciativa do executivo, extinguiu o cargo de motorista do Município de Aracaju para que não haja necessidade de prestação de concurso público conforme o projeto de lei 68/2014, artigo 4 parágrafo 2º. A proposta, que trata do reajuste salarial dos servidores, foi aprovada semana passada na Câmara de Vereadores com 11 votos a favor, sete contra e seis abstenções.
Por conta disso, os servidores públicos municipais de Aracaju reivindicaram na manhã desta quarta-feira (28) em frente à Câmara. Expondo faixas e com irreverência
os servidores levaram objetos religiosos, com o incenso e cruz para simbolizar uma missa de oitavo dia, pela ‘morte’ do cargo de motorista da Prefeitura. Até uma versão do ‘Pai Nosso’ foi criada. De acordo com o presidente do sindicato da categoria, Sepuma, Nivaldo dos Santos, os vereadores comandados pelo secretário de Articulação Política e das Relações Institucionais da Prefeitura de Aracaju, Juvêncio Oliveira, votaram para extinguir o cargo.Foram a favor do projeto os vereadores doutor Agnaldo, Anderson de Tuca, pastor Jony, Dr Manoel Marcos, Dr, Gonzaga, Daniela Fortes, Renilson Felix, Augusto do Japãozinho, Ivaldo José, Waldir Santos e Max Prejuízo. Contra o projeto foram Jailton Santana, Emmanuel Nascimento, Iran Barbosa, Lucas Aribé, Adelson Barreto Filho, Dr. Emerson, Lucimara Passos. Segundo Nivaldo não haverá mais o motorista como servidor público municipal, no momento em que a mobilidade urbana exige cada vez mais do
profissional do volante qualificação.“O que nós estranhamos que esse projeto dispõe sobre a revisão anual dos salários dos servidores só que embutiram essa casca de banana no meio do projeto. Isso esvaziará o Fundo Previdenciário, do Aracaju Previdência que é o instrumento para bancar as futuras aposentadorias do servidor. Lamentavelmente esses vereadores entenderam que a profissão motorista no serviço público é descartável. Nós estamos esperando o prefeito voltar da visita em Londres, dia 3, para que a gente tente revogar esse artigo 4, parágrafo 2º”, disse Nivaldo.
Para o vereador Iran Barbosa (PT), autor da emenda que retirava do projeto de lei o artigo 4º do projeto, mas foi rejeitada pelos parlamentares, Aracaju tem uma administração que exige suporte para seu funcionamento e o motorista garante uma parte significativa desse suporte. Agora, para corrigir o problema, de acordo com Iran vai depender do prefeito enviar um novo projeto à Câmara resgatando o cargo. “Houve cumplicidade entre o prefeito que encaminhou projeto votando contra a minha emenda. Eu fico a me perguntar a quem interessa acabar com o
cargo de motorista. É preciso que a administração esclareça”, critica.Situação
Adriano Taxista (PSDB) afirma que o projeto foi aprovado para resolver, no momento, a questão de oito carros que estão parados e sem motorista efetivo para conduzi-los. “Não vai se abrir concurso para oito vagas porque isso vai levar tempo de seis a oito meses, enquanto isso esses carros estão parados, mas futuramente isso não pode tem problema nenhum de voltar para essa Casa e revogar”.
Já para o vereador Max Prejuízo (PSB) não é necessário realizar concurso público para motorista já que é um serviço prestado e que não exige formação acadêmica. “Valoriza quem realmente é motorista. Qualquer pessoa concursada pode passar, tira a vaga daquele trabalhador que só sabe dirigir, que tem carteira, é um bom motorista, mas não teve oportunidade de estudar. Se faz concurso para motorista, merendeira, vigilante, e em seguida colocam atestado ou dizem que nunca fez aquilo. Não está tirando o motorista, é necessário no órgão público. Eu defendo o projeto nesse ponto de vista”.


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