Votação de emenda sobre água para população de rua gera conflito na CMA
Discussões marcaram a análise do PPA 2026; proposta foi rejeitada por 11 a 8 Política | Por F5 News 10/12/2025 12h22 - Atualizado em 10/12/2025 18h34 |A votação da emenda 51 do Plano Plurianual (PPA) 2026 provocou um debate intenso na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) durante a sessão desta quarta-feira (10). A proposta tratava da implantação de serviços continuados de distribuição de água potável para consumo e higiene pessoal da população em situação de rua.
A discussão ganhou força após divergências entre parlamentares da base governista e da oposição. O vereador Camilo Daniel (PT) criticou os votos contrários à emenda, classificando a postura como falta de sensibilidade. Em sua fala no plenário, o parlamentar afirmou:
“O que mais me chamava a atenção eram as pessoas dizendo o quanto elas se sentiam invisíveis, que ninguém nem dava bom dia, que nem existiam. Me recordo disso aqui e quero falar: aporofobia é o medo, aversão ou desprezo por pessoas pobres, um preconceito que rejeita quem não tem nada a oferecer em troca. Vamos ser sinceros e falar as coisas pelo nome. Acho que nesta Casa a gente tem que ter mais sensibilidade.”
Durante o discurso, Camilo foi interrompido pelo vereador Pastor Diego (União), o que elevou o tom da discussão. Em defesa da fala do colega, o líder da oposição, Elber Batalha (PSB), rebateu a postura do parlamentar da base.
Logo depois, Elber e o vice-líder da prefeita, Lúcio Flávio (PL), também trocaram críticas em um debate mais acalorado. A situação exigiu a intervenção do presidente da Câmara, Ricardo Vasconcelos (PSD), que pediu ordem para dar continuidade à sessão.
O conflito se estendeu para fora do plenário. Nas redes sociais, Elber voltou a comentar o episódio. “Reagi a isso. Enquanto eu for líder da oposição, ninguém vai tolher nossa fala. Querem votar para não ter água para o povo? Votem. Mas não vão nos tirar o direito de mostrar essa postura desumana à população”, disse.
Apesar dos questionamentos da oposição e do embate entre os vereadores, a emenda 51 foi rejeitada por 11 votos a 8.
