Braga é um dos melhores destinos para um bate-volta a partir do Porto. São diversos trens que fazem o trajeto todos os dias. Baixe o aplicativo CP (Comboios de Portugal) para conferir os horários antes de ir para a estação. Se, por falta de tempo, só quer visitar Braga em um dia, reserve a manhã para o centro histórico e a tarde para os santuários. Mas o ideal é que o visitante fique dois dias. Para planejar sua viagem para Portugal, baixe nosso guia!

Você sabia que Braga é a cidade em que vivem mais brasileiros em Portugal proporcionalmente? É tanto que o prefeito da cidade (que aui se chama presidente da Câmara) a apelidou de “Bragasil”. Não é à toa que tantas pessoas chegam e se encantam por essa cidade localizada no extremo norte de Portugal: ela é belíssima e tem uma história milenar, afinal foi capital do Império Romano na Peníssula Ibérica. Para relembrar esse período, existe uma festa famosa na cidade chamada Braga Romana. Confira o vídeo sobre minhas experiências em morar e fazer mestrado na cidade:

O ROTEIRO

Recomendo começar o roteiro no Arco da Porta Nova. Para quem chega de trem, essa era a porta de entrada da muralha de Braga, mas hoje continua presente e por causa dela que existe a pergunta “és de Braga?” quando alguém deixa alguma porta aberta.

No seu centro histórico tem diversas atrações. Caminhe sem rumo pelas ruas conferindo lojinhas e cafés, o destaque é o Café a Brasileira, que foi recuperado para devolver a este café centenário a classe e requinte dos tempos áureos. Outros Cafés famosos estão na badalada Praça da República: o Vianna e o Astoria. Tem também vários bares e cafés em frente a Sé (foto).

A Sé de Braga é a catedral mais antiga de Portugal, construída no século XI, portanto tem mais de mil anos. Ela é mais antiga do que o país  Portugal. O interior da igreja é surpreendente, tem vários estilos arquitetônicos de diferentes épocas. Já o Museu de Arte Sacra guarda verdadeiros tesouros nacionais, a exemplo da cruz que foi usada na primeira missa realizada no Brasil

Siga até a praça de Santa Cruz para procurar na fachada da sua igreja os 3 galos. Diz a lenda que as moças que querem casar tem de ver os 3 galos da Igreja de Santa Cruz – caso contrário, corre risco de não concretizar o tão sonhado casamento. 

Por lá tem o letreiro de Braga que rende lindas fotos e também o belíssimo hotel Vila Galé, que funciona no antigo hospital de São Marcos, que estava desocupado desde 2011, permitindo assim requalificar um imóvel de interesse público, datado de 1508. Pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Braga, foi entretanto, concessionado ao grupo Vila Galé para instalar o hotel.

JARDINS DE BRAGA
Outra atração de Braga são os seus jardins. Os mais famosos são o da Avenida da Liberdade. Além das flores, tem lojas interessantes e cafés e restaurantes. 

O Jardim de Santa Bárbara também chama a atenção por sua beleza. Sua parede alta em pedra recortada por ameias, faz lembrar um castelo. Atualmente o prédio ao fundo funciona como Arquivo Distrital e faz parte de um complexo maior chamado Paço Episcopal de Braga.

Mas Braga também tem belíssimos jardins secretos. Um deles é o do Museu Nogueira da Silva. Pela fachada do prédio, você nem imagina que existe todo aquele verde lá dentro. 

O segundo fica no Museu dos Biscainos, é um dos mais importantes jardins em estilo barroco. É dividido em jardim formal, pomar e horta.

E o terceiro é o jardim da Livraria Centésima Página onde você pode comprar um livro, tomar um café e aproveitar a paisagem. 

BOM JESUS E SAMAEIRO
No segundo dia na cidade você pode visitar o Bom Jesus do Monte, classificado como Património Cultural Mundial da Humanidade pela UNESCO. É um conjunto arquitetônico e paisagístico reconstruído e ampliado ao longo de mais de 600 anos. Considerado um dos principais pontos de peregrinação católica em Portugal. Você pode subir de carro, de fonicular ou a pé. São 573 degraus até a basílica de Bom Jesus do Monte. No local tem ainda um lindo lago e muito verde! 

Por lá tem também também um monóculo que deu origem à expressão portuguesa  “Ver Braga por um Canudo” que significa não alcançar o que deseja. Ele permite a cidade de Braga, criando uma falsa sensação de proximidade.

Bem perto do Bom Jesus está o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, um dos maiores e mais conhecidos templos marianos em Portugal. Ele fica no ponto mais alto de Braga, com 572 metros de altitude, com uma vista de tirar o fôlego! O ideal é ir no final do dia para acompanhar o pôr do sol. É também o ponto indicado para ver neve na cidade durante o inverno.

FESTAS DE BRAGA
Com o fim do inverno e início da primavera, Braga se transforma no reduto de quem aprecia festejos populares a céu aberto. Se, ao programar suas férias, o objetivo é conhecer lugares que transbordem cultura, religião e história gratuitamente, então seu lugar fica em Braga, Portugal.

São diversas festas começando em abril, porque os meses de outono e inverno são muito chuvosos. A Semana Santa é a primeira delas com romarias, cortejos, procissões, exposições culturais, encenações teatrais e concertos gratuitos.

Entre os dias 22 e 26 de maio, Braga volta a ser Bracara Augusta, cujo objetivo é remontar os primeiros anos da cidade romana (Confira o vídeo). Outro grande evento que merece destaque é a homenagem ao São João, em junho. As festas portuguesas inspiraram as nossas. As músicas e a cuninária são diferentes, mas a decoração das ruas e a animação é a mesma. 

Já em setembro tem a Noite Branca, uma ótima oportunidade para conhecer teatros, casas culturais e museus de graça e ouvir uma boa música portuguesa num clima tranquilo e de muita animação. 

O QUE COMER?
Bacalhau à Braga, papas de sarrabulho, arroz pica no chão, rojões à minhota, arroz de pato, cabrito assado à moda de Braga, lampreia, caldo verde com broa de milho são pratos típicos de Braga. As sobremesas conventuais são as tíbias, Pudim de Priscos, leite-creme, sameirinhos, fatias doces de Braga, entre outros.

ÉS DE BRAGA?
Uma expressão do para quando as pessoas deixam a porta aberta: “és de Braga?”. Isso remete ao Arco da Porta Nova. Na época os acessos as cidades muradas sempre eram fechados para proteção das cidades, mas o de Braga nunca teve uma Porta, era sempre aberta.

O Arcebispo D. Diogo de Sousa mandou construir o Arco da Porta Nova em 1512. Na ocasião, já não existiam guerras e por isso não era necessário fechar a cidade. Foi um conceito inovador, a época.

Um detalhe interessante é que a cidade era toda murada e tinha mais 7 portas, que foram destruídas. Segundo historiadores essa era a menos bonita, mas tinha a função de acesso a cidade para quem chegava de trem e por isso permaneceu. Hoje encontramos resquícios da muralha de Braga em paredes de casas e lojas.