Dia do Professor: confira visão de profissionais de Sergipe sobre a carreira
F5 News conversou com profissionais para entender o que os move e as gratificações Cotidiano | Por F5 News 15/10/2023 10h00 - Atualizado em 15/10/2023 10h48 |Neste domingo (15), é homenageada a profissão de base, responsável pela escolarização, e muitas vezes, pela formação emocional de crianças e adolescentes: o Dia dos Professores.
A data é representativa para a classe que trabalha todos os dias em prol da educação, meio de oportunidade para a ascensão profissional e existencial, pela via do conhecimento.
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela estava à frente de seu tempo quando afirmou, décadas atrás, que a educação é a arma mais poderosa que podemos usar para transformar o mundo.
No mesmo sentido, o filósofo Immanuel Kant, na década de 70, ousou dizer que o homem não era nada além daquilo que a educação faz dele.
F5 News ouviu profissionais da área em Sergipe que fizeram da docência meio de vida e crescimento. Confira.
Mayra Ébano é professora de Filosofia e Sociologia há 14 anos, e ao ser questionada sobre como nasceu a vontade de seguir a profissão, ela explicou que foi através de outras professoras.
“Eu sempre fui fascinada pelas minhas professoras e, principalmente, pela forma como elas transmitiam o conhecimento. Então, desde a adolescência eu pensava: se elas me ensinam e me inspiram tanto, pode ser que eu também consiga ensinar e inspirar outras pessoas através da educação. Comecei a ministrar aulas de reforço escolar e fui me familiarizando e me apaixonando por todo o processo”, relatou ao F5 News.Como cada pessoa possui a sua trajetória profissional, os caminhos que levaram a professora universitária e jornalista Jaqueline Neves a atuar na profissão há mais de 20 anos foram outros, mas que a tornaram melhor naquilo que se propõe a fazer.
“Quando percebi que não seria repórter, durante a graduação de Jornalismo, acreditava que seria profissional de bastidores. Mas tive dois filhos, o que adiou a minha entrada no mercado de trabalho.
Alguns anos depois de formada, entrei no mestrado para ampliar meus horizontes profissionais. Na minha turma estava o jornalista e coordenador do curso de Jornalismo Alan Barreto, que me convidou para ministrar duas disciplinas. Fiquei surpresa, mas super empolgada. E, assim, nasceu a professora Jaqueline Neves”, relata ao portal. Danielle Mota é professora pedagoga há 18 anos e, assim como a maioria das pessoas, ela tinha muitos sonhos e se identificava com várias profissões, mas por ter uma paixão pela Língua Portuguesa, decidiu seguir a carreira de pedagoga.“Ser professor é uma missão, pois somente aqueles que exercem com prazer conseguem se realizar nessa profissão”, disse ao F5 News.
Mesmo sabendo que a profissão é essencial para a harmonia do mundo, a classe docente ainda passa por vários desafios, principalmente no Brasil.
"O professor que trabalha com educação básica e quer sobreviver da sua carreira no nosso país não pode se dar ao luxo de ter somente um vínculo empregatício, justamente por conta dos baixos salários, se formos levar em consideração a importância e a responsabilidade da profissão”, diz Mayra ao F5 News.
“Sou professora nos Estados da Bahia e Sergipe, portanto, preciso 'me dividir' em duas para dar conta de todas as demandas profissionais. Viagens a trabalho, planejamento e elaboração de provas/aulas/projetos, correção de atividades, ministrar as aulas, reuniões, conselhos de classe, entre outros. E detalhe: como não dá tempo de concluir tudo isso dentro do horário de trabalho, termino levando demandas para o meu ambiente privado”, completa.
Os professores de graduação também enfrentam dificuldades, mesmo que mais específicas. Em um ritmo de mundo acelerado, frenético, com novas e frequentes descobertas, Jaqueline confessa ficar um pouco atordoada. Afinal, conciliar o conhecimento a ser transmitido com a realidade da vida moderna não é uma tarefa fácil!.
“A velocidade do mundo, das tecnologias, do mercado de trabalho. Sou, naturalmente, lenta. Gosto de ‘uma zona de conforto’. Então, como as coisas estão num ritmo frenético, isso me deixa um pouco atordoada!”, explica a professora universitária ao portal.
Apesar das adversidades, as vocações confirmadas geram gratificações para além do aspecto financeiro. A socióloga Mayra relata perceber, através das ideias na sala de aula, que ela inspira outras pessoas e isso a torna mais completa profissionalmente.
“É muito gratificante ouvir um aluno falar que lembrou de uma fala/aula minha quando estava debatendo com outras pessoas sobre um tema relacionado às disciplinas que leciono. Ou então, quando uma ex-aluna diz que está utilizando tudo o que aprendeu comigo nas disciplinas da faculdade. É melhor: quando eles reconhecem que eu não ministro aulas somente visando os conteúdos, mas, sim, visando a formação cidadã e social deles”, declara a profissional..
Assim como ela, Jaqueline também acredita que educar é ação, e, mais que isso, ação para o bem. Para ela o que a torna mais feliz é a individualidade e capacidade de cada aluno expostas ao aprender.
“Ver o estudante evoluindo no seu processo e ritmo, e principalmente, ouvir que o nosso trabalho fez diferença na vida dele. Isso porque, não temos a real noção de como impactamos na experiência de cada um. Às vezes basta um olhar com atenção, um abraço, ou ouvir com presença, e o trabalho foi feito”, afirma ao F5 News.
Para a pedagoga Danielle, fazer parte da vida dos alunos, no presente e no futuro é o que torna a profissão tão especial: “quero ser lembrada pelos alunos no futuro e ser reconhecida como alguém que fez parte da vida deles”, disse ao portal.





