O Tribunal do Júri da Comarca de Itaporanga d’Ajuda condenou o réu José Ilton Rodrigues de Sousa Júnior a 50 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão pela morte do sargento reformado da Polícia Militar de Sergipe, Roberto Carlos Bio. A informação foi divulgada nesta terça-feira (16) pelo Ministério Público de Sergipe (MPSE).

TJSE

De acordo com a decisão, o Conselho de Sentença reconheceu a prática de homicídio duplamente qualificado, além de duas tentativas de homicídio, também duplamente qualificadas, cometidas contra o filho da vítima e um amigo da família. O julgamento teve atuação do MPSE por meio do promotor de Justiça Peterson Almeida Barbosa, responsável pela acusação no plenário do Júri.

Durante o julgamento, o Ministério Público sustentou que o crime foi cometido mediante emboscada e dissimulação. Segundo a acusação, o réu se aproveitou do espírito solidário da vítima, que acreditava estar prestando socorro a uma pessoa acidentada, e efetuou os disparos de forma inesperada, sem que o sargento tivesse chance de defesa.

O promotor de Justiça destacou que o veredicto representa uma resposta do Estado diante da gravidade dos fatos. “A justiça foi feita diante da barbaridade do crime”, afirmou.

O crime ocorreu na noite de 6 de março de 2022, na BR-101, nas proximidades do povoado Taboca, em Itaporanga d’Ajuda. Roberto Carlos Bio viajava com o filho, um amigo da família e outros parentes quando o grupo avistou uma motocicleta caída na pista e um homem deitado no chão, simulando um acidente.

Ao parar para prestar ajuda, o sargento reformado se identificou como policial militar e tentou entrar em contato com a esposa do suposto acidentado. Nesse momento, conforme apontado no processo, o réu sacou uma arma de fogo e efetuou os disparos que atingiram a vítima no rosto, provocando sua morte.

Após o homicídio, o condenado ainda efetuou disparos contra o amigo da família, que foi ferido na região da orelha, e tentou atingir o filho do sargento, que conseguiu fugir e se esconder em um matagal. Em seguida, o réu fugiu a pé, deixando no local a motocicleta e a Carteira Nacional de Habilitação.

Ainda segundo o MPSE, a sentença reconheceu a gravidade da conduta e a forma como o crime foi praticado. Ainda cabe recurso da decisão.